O dia em que a minha pentax deixou de funcionar
Confesso que estava aqui a conter-me. Não queria passar pela vergonha imperdoável de não escrever no blog nada de jeito desde dois mil e sete, e vir para aqui disparatar palavras ao mínimo sinal de um regresso do Cohen à minha vida. (Sim, à minha vida). Mas a Guida deu-me o mote nos comentários, no fundo a Guida deu-me autorização, a Guida, aliás, incentivou-me a faze-lo. Peço desculpa, mas não no sentido de um "I'm Sory" como dizem os ingleses. Porque esse implica ter pena, e eu não tenho pena nenhuma, só não quero é ter culpa.
O Cohen vai voltar a Portugal. no dia 30 de Julho. No dia dos anos do meu Pai, que é emigrante e que virá a Portugal nessa altura. O meu pai despreza o Cohen e tem inclusivamente um bocadinho de nojo que a filha dele goste de um tipo que "já no tempo dele era velho", e que tem ar de libidinoso. Quando eu tiver um filho que nutra desejos sexuais pela Fiona Apple em 2045 talvez compreenderei.
Quando o Cohen voltar a Portugal no dia 30 de Julho (eu jurei que não ia fazer disto uma composição da quarta classe, mas perdoem-me, estou a falar do meu brinquedo favorito) provavelmente não vou ter dinheiro suficiente para o ir ver como gostaria; para ir para os lugares de 75 euros, comprar um vestido Herve Leger, uns Christian Louboutin de agulha, uma mega ida ao cabeleireiro, um perfume feito de qualquer coisa semelhante a testículos de gambuzinho islandês, e acima de tudo comprar meio litro de coragem para o ir convidar a vir comigo a uma suite do D. Pedro. (os tomates de gambuzino islandês diz que não possuem essa qualidade)
Esta foi a única fotografia que consegui salvar da última vez que o vi. A minha máquina fotográfica achou que tinha sido importante numas quantas viagens e férias e festas de anos, mas estou convencida que, tal como a dona, ela não aguentou a importância e emoção deste dia. A dona chorou, a Pentax morreu.