"A new dawn of American leadership is at hand"
Obama anuncia o fim do cinismo, do derrotismo, do Estado mentiroso e do líder individualista. A chegada de Obama é a chegada daqueles que o puseram no topo, ao topo. É a chegada à vitória da massa jovem que se dizia alienada, da comunidade afro-americana que se dizia desinteressada, da sociedade americana que acredita na manifestação de poder nacional através da inteligência e unidade, e não pela força.
A vitória de Obama é a vitória de uma putativa minoria que afinal é uma maioria sólida e com uma voz activa. É a prova de que a América não estava tão orgulhosa como se julgava, que não estava tão satisfeita com o seu lugar no mundo como se julgava. E hoje todas essas pessoas que fazem o país, os "novos que não gostam de política", as "minorias étnicas" que não se sentem representados e os "adult white male" que acreditam na guerra mudaram a nossa ideia deles. E com essa mudança, mudaram o mundo.
Obama não é o messias, não é um santo nem um demónio, não é um Preacher nem um Soldier. Obama pertence a uma estirpe de político que achávamos morta. Ele não é nada de novo, ele é algo de clássico que os valores modernos apagaram. É alguém que quando diz Democracia, Liberdade ou Progresso, não estamos automaticamente a imaginar palavras escritas num lado de um F16 prestes a bombardear um país estrangeiro, em nome dos good old american values. Quando Obama invoca a Democracia, nós voltamos a acreditar nela. Porque ele próprio é a prova de que a Democracia existe e não é só uma palavra que se usa numa t-shirt. Tal como não são a Oportunidade, a Liberdade, e a tal Unyielding Hope, a esperança que não cede nunca.
O sonho americano renasceu hoje, e renasceu não sob a forma de ódio ou força ou intansigência. O sonho americano já não é ter dois SUVs à porta, um relvado à frente de casa e uma carreira perfeita. O sonho americano que renasce hoje é um sonho simples e humilde. É a capacidade de acreditar que é possível ser melhor, é possível progredir, é possível compreender, é possível unir.
O Yes We Can deveria ser o hino da nossa geração, deveria ser o hino destes anos 2000. E se , do outro lado do atlântico, eles podem, nós podemos também. E sem vergonha de parecer ingénua, e com orgulho de, desde o primeiro dia, ter sido a maior e mais fervorosa crente em Barack Obama, sei que este é o momento que a nossa geração tem de, finalmente, ter uma voz. E que a mudança destes governos sinistros, destes tempos cinzentos, destes líderes ausentes, desta sociedade gelada é possível.
Yes. We. Can.