Acho que é seguro dizer que todos nós tivemos um professor que consideramos uma grande influência na nossa vida. Às vezes nem sempre pelas melhres razões, mas muitas vezes por uma razão simples e ternurenta que ao olharmos para trás, define um ponto de viragem na nossa vida. Eu tive a sorte de ter tido se calhar mais do que um.
Além dos professores em pequenina que eram da minha família (literalmente da minha família) tive uma espectacular professora de ingês/motard que nos punha a traduzir músicas dos Guns & Roses nas aulas, um professor de Latim que me ensinou o que é a tolerância e a bondade, uma professora de matemática que explicava equações com golpes de karaté ,e uma professora que um dia cheguei a chamar a minha segunda mãe.
A última foi minha professora de filosofia. Não era nada fácil ensinar filosofia a putos de 16 e 17 anos. E ainda hoje estou para saber como é que esta senhora nos pôs a todos a discutir Nietzsche com uma paixão tão intensa. A verdade é que, olhando para trás, era preciso muito arrojo para entrar numa sala de aula com um leitor de cassetes, pôr a tocar Wagner durante duas horas e dizer: ninguém sai daqui sem me porque é que o Nietzsche gostava desta música. E nós garantidamente chegávamos lá.
Há dez anos atrás deste dia, a nossa professora de filosofia entra na sala de aula e diz: Durante esta semana não vos dou aula (facto que genuinamente nos entristecia) até que todos vocês tenham visto o Matrix. Quando todos tiverem visto, falamos.
É escusado dizer que esse foi um dos pontos de viragem da minha adolescência, e imagino que de muita gente. E com muito orgulho posso dizer que foi graças à situação da jarra do Oráculo que o Neo parte, que me pus a pensar seriamente e pela primeira vez no que andava cá a fazer e o que raio significa isto tudo.
Hoje celebramos o Matrix, o primeiro, claro.
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