Deixava que flirt constante dele continuasse, repescando os seus sentimentos perdidos na quinta-feira anterior, ignorando a poesia e as citações do Jim. (Afinal, quem lhe chama Jim merece castigo.) Os seus últimos posts eram para ela como o toque da ponta de uma língua fria atrás da orelha. Não sabia, coitada, que ele escrevia para ele próprio e para mais ninguém. Sentia-se a ser conquistada mas não haveria ninguém para a reclamar no fim.
Farta das ceias de Natal carregadas de perguntas sobre a sua vida, o seu caminho perdido, os seus objectivos falhados e a risota constante dos seus familiares desobriu a resposta perfeita a todas a perguntas: É para ver se arranjo noivo.
Apaixonou-se por um blogger. Dizem que é poeta também mas nunca desejou um poeta na sua vida e, portanto, ignora esse facto e a paixão segue. No dia seguinte o blogger cita o Jim. A paixão acaba. Aqui quem cita o Jim sou eu.
Um obrigada muito querido à moqueca super-trendy-hyper-funny-glamourously-emigrant pela referência. Aqui no célula gostamos muito (sou só eu, mas uso o Royal We porque fica giríssimo) de seguir as suas aventuras por terras britânicas.
Sempre que estava quase a atingir o orgasmo vinha-lhe à memória a carta registada das finanças que ainda não tinha ido levantar. Não era um problema sexual, nem financeiro. Era uma questão de falta de disciplina.