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Célula Estaminal

Célula Estaminal

17
Dez07

Vou fazer um print-screen do sapo.pt e mostrar à minha mãezinha

Domesticada

Aos queridos visitantes que vieram cá ter hoje através do maravilhoso-e-no-entanto-um-bocadinho-embaraçoso-destaque-que-vai-desiludir-muita-gente-porque-este-blog-não-fala-propriamente-de-genética, um grande bem-vindos!

 

Puxem uma chaise-longue, e façam-me o favor e a honra de explorar os desvarios vários que  foram produzidos ao longo da vida deste blog. Hoje estamos a servir absinto, é uma boa bebida para uma segunda feira de manhã.

 

**Senhores do SAPO, obrigada, pá.

15
Dez07

Muito engraçada esta coisa dos Tags

Domesticada

Esta história de termos de inserir as coisas em gavetas de temas, para podermos dizer ao resto do mundo que havia umas 4 ou 5 ideias que queriamos transmitir e que por acaso são umas 4 ou 5 ideias que podem servir de recipiente para uns outros 20 posts que também vão falar dessas ideias, é muito gira. A grande utilidade que vejo nesta ferramenta é podermos iludir o leitor em pensar que somos pessoas organizadas. Muito útil. Servirá também, para mim, como uma forma de o leitor compreender com que personalidade estarei a escrever nesse dia. Dá muito jeito, a história dos Tags para pessoas um bocadinho esquisofrénicas.

 

Pretendo utilizar esta ferramenta muitas vezes, mas provavelmente vou-me esquecer.

14
Dez07

Célula 2.0

Domesticada

 

Há dias em que uma pessoa acorda sem capacidade de escrever. Nem é vontade (eu vontade tenho muita e passo o dia a cagar sentenças, como faço desde que aprendi a falar), é mesmo uma total trapalhice para arranjar palavras adequadas àquilo que se manda cá para fora. Como se pode ver por esta minha última frase, que demorou uns 8 minutos a ser construida, hoje é um desses dias. E calha mal. Porque precisamente hoje resolveu-se (os astros, os santinhos ou simplesmente a boa vontade de pessoas trabalhadoras - que não eu) que seria o dia em que o Célula Estaminal chegaria a terras do SAPO.

 

Grande parte da minha incapacidade de escrever advém da total incapacidade de me conseguir concentrar. Agora mesmo, assim que acabei de escrever o parágrafo anterior, levantei-me da cadeira, fui buscar umas folhas A4 ao outro lado de escritório, voltei, sentei-me outra vez ao computador, e retomei um relatório que tinha deixado inacabado, vá-se lá saber porquê, às 11 da manhã. O que acabou por levar a desconcentrar-me do relatório e descobrir que estava a meio dum post. E já que estamos neste tema e eu que me conheço bem, vou só deixar aqui uma note-to-self para quando estiver em casa a ler isto outra vez: vai acabar o relatório.

 

Impõe-se agora assinalar a efeméride, neste parágrafo precisamente, e fazer as devidas saudações. Este blog, que me é muito querido, não tem nenhum propósito nem utilidade. Tem dias, semanas e meses em que é um pepino e, muitas vezes, não tem gracinha nenhuma. Mas por ser assim defeituosozinho é que gosto dele, e por ser tão decadentemente imprevisível é que continua a existir. E a partir de hoje continuará a existir mas com muito mais estilo. Facto, facto, factozinho, é que se deve ao SAPO, à  Maria João Nogueira (uma fixe com um nome lindo) e ao Pedro Neves (um talentoso paciente) esta linda obra que se vos aparece à frente nos olhinhos.

 

Obrigada.

 

Acho que todos deviamos ter um SAPO.

08
Dez07

Escrita Inteligente

Domesticada
Nem sempre tinha desejado ouvir as palavras da boca de alguém. Teve, aliás, relações várias em que até desejaria ter ouvido menos as ditas palavras. Teve relações em que um “cala-te e despe-me” era a reacção mais habitual ao ouvir as palavras, a palavra. Para mais o hífen irritava-a. Deveriam ser duas palavras. Tenho este sentimento, e é por ti. Assim, separadas. Para se saber ao certo de que sentimento estamos a falar e de que pessoa estamos a falar. Porque o hífen tirava peso às duas.

E nunca um “amo-te”. Ama-se muitas coisas, muitas pessoas. O amor não tem assim tanta importância, dar amor não é assim tão difícil. Ela, por exemplo, tinha amado todos os homens com quem se tinha deitado. Todos sem excepção, até os que não lhes sabia o nome, os que via umas noites depois e não reconhecia se tinha estado com eles ou não. Amou-lhes as coxas, o cabelo, a boca, as mãos. Amou-os nem que fosse por um segundo, e eles sabiam. E tinha sido amada também. Tanto que fazia dela uma pessoa pior. O amor faz monstros de nós todos.

O que importava era o outro sentimento, aquele que nos põe no pedestal. Aquele que diz: deito-me aos teus pés, olho para o teu corpo nu e tremo só de pensar em tocá-lo, por não o merecer, por não querer estragar a beleza que guardas, apesar de estarmos no chão da tua casa desarrumada e porca e com a casa a cheirar a sexo e velas. Apesar de te amar uns segundos do dia e odiar-te nos outros, de te achar maluca, de te achar genial, de não te suportar e não te largar, apesar de tudo isso eu sinto isto por ti.

Nem sempre desejou ouvi-las por transportarem com elas uma responsabilidade que não queria ter. Mas hoje sente que precisa delas. Não, que raio, que as merece. Sente que não acaba este dia sem que ele as diga ou ela morre. Falta-lhe o ar, falta-lhe fôlego para inspirar o fumo do cigarro. Falta-lhe calma e temperança.

De repente o telefone vibra no colchão ao seu lado. Pega no objecto e sente um amor por ele. Ama o telefone (o amor é fácil), o telefone não a desiludiu. Recebeu um sms.

“Censo-te”.
08
Dez07

Globalização

Domesticada
Nascida e criada em Portugal, corria-lhe a saudade no sangue, e a calçada portuguesa, e os caracóis em Julho no quintal dos pais, e as brincadeiras de miúda no bairro onde todos cresceram para ser gatunos um dia. Mas essa natureza, de ser portuguesa, é uma condição e não um sintoma. É uma doença em remissão, que um dia nos lembra estar lá e não deixa ser notada muito tempo. Até porque a sua vida era tudo menos fado, era uma canção da Erykah Badu, era um jantar indiano, era um filme de Woody Allen, era por vezes também, um livro de Direito.

Era já tudo isto, em potência pelo menos, até o conhecer. Ele, do outro lado de mares, ou mesmo daqui ao lado. Ele, nascido e criado para ser daqui, mas sendo dali. Ele guarda uma qualidade preciosa. Ela também. E descobriram que guardam a mesma qualidade, como um segredo que mais ninguém sabe. E cultivam-na e alimentam-na e, sem querer mesmo transparecer, mostram ao resto do mundo o que é ter essa qualidade domada e saber usufruir dela. A sensatez. Não, com maiúscula: a Sensatez.

Não basta negar que somos de mundos diferentes, ignorar que os percursos de 26 anos de vida foram diferentes. Não serve de nada desprezar uma herança e uma cultura e uma identidade, e dar as mãos todos juntos como se todos nós fossemos um só. Não somos. E a Sensatez foi o que fez. Soube cuidar das suas vidas, dar-lhes uma razão e um objectivo para se manterem únicos, e juntos. E soube juntá-los na altura certa e soube também cuidá-los, para que as suas vidas fossem preenchidas pelo que mais gostam e por quem mais gostam à sua volta.

A Sensatez quis também que quisessem guardar-se um ao outro. E, como é característico da Sensatez, no sítio certo e na altura certa, um dia, vão pertencer um ao outro. E nós, manifestantes anti-globalização de cartazes na mão, vamos engolir as palavras de ordem e verter uma lágrima por eles.

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"Personally I'm always ready to learn, although I do not always like being taught." Winston Churchill
mariajoaoso (arroba) gmail.com

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