Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Célula Estaminal

Célula Estaminal

25
Mar08

Post traumatic post.

Domesticada

O que ocorre é um vazio enorme, uma incompletude do ser. A triste  verdade que não tem piada nenhuma. Nada disto tem piada nenhuma, o que acaba por ter imensa graça. Num segundo (naquele segundo depois de me apalpar a mim própria e ver que estava viva, mas antes do segundo em que gritei pela rosie no chão como duas mutiladas num campo de batalho no iraque) nesse segundo caí em mim pela primeira vez na vida. A primeira vez na vida!

 

Vi-me como sempre me devia ter visto, como alguém que deixa tudo a meio. E como alguém que tem 26 anos e se morresse ali não deixava absolutamente nada feito. Isto sempre foi uma coisa de que me orgulhei. Deixei o curso porque não gostava, sou a maior. Tive empregos de merda porque me apeteceu, sou a maior. E tinha piada. Até àquele momento, em que o mundo se alinha para dizer: the joke is on you. E isto tem imensa piada. Porque eu sei, tenho a certezinha absoluta, que apesar de nunca querer voltar a sentir isso outra vez, e de saber que me foi dada uma segunda oportunidade para jogar isto a sério, eu não vou fazer nada em relação a isto. Nadinha.

 

Há pessoas que começam a ter aulas de danças de salão e sapateado, começam a ter um hobby, a colecionar pacotes de açúcar... Há pessoas que mudam de marido, que vão dar a volta ao mundo ou que fazem voluntariado. Há até, no universo desta gente estranha que são os que viram a morte a chegar, há até aqueles que se juntam, uns aos outros, para partilhar o trauma e sentir que não estão sozinhos. Abençoados, todos.

 

Eu vim trabalhar, para o meu empregozinho de merda. E vou almoçar ao restaurantezinho de merda onde ia almoçar no diazinho de merda em que fui atropelada, e vou provavelmente atravessar a mesma passadeira e esperar outra vez pelo sinal verde e passar menos confiante a estrada. E vou voltar à minha casinha de merda, num 5º andar, com o elevador por arranjar. E não vou fazer nada por mudar.

 

E isto tem imensa piada. Porque na verdade, eu adoro a minha casinha, o meu trabalhinho, os meus almocinhos. Eu adoro tudo isto que sou, com 26 anos, incompleta e incapaz de terminar as coisas. Mais uma vez, caramba, eu adoro a puta da vida.

 

24
Mar08

Não-post

Domesticada

Seria de pensar que ter uma experiência de quase-morte ou que raio foi, me desse uma perspectiva nova sobre a vida. Deu-me uma perspectiva nova sobre a rua onde trabalho, realmente. Vista de cima em voo. E aprendi que quando se acha que se vai desta para melhor a vida não nos passa à frente dos olhos, mas a unica coisa que ocorre é um palavrão gritado a alto e bom som. A minha ultima palavra teria sido um "caraaaaaaaaaaaaaaaalho". Lindo fim.

 

Ainda não sei o que achar de tudo isto, de ter escapado miraculosamente de um atropelamento estupido que podia ter sido milhões de vezes pior, de ter passado por isto com a minha Rosie, que também levou com um belo Mercedes, de ter pregado o susto da vida dos meus paizinhos e de estar a ser hiper mimada há 4 dias.

 

No meio disto tudo fiquei cheia de vontade de escrever, mas não sei sobre quê. Nem tão pouco sei se devia escrever sobre isto ou não. Desculpem lá o postzinho do queixume. Era só para dizer que estou viva,  que já pego no blog e que adoro a puta da vida!

20
Mar08

O Célula pelos seus (3 ou 4) leitores

Domesticada

Faziam-me o favorzinho de ir respondendo aqui ao questionário (que não tem acentos mas a culpa não é minha), que vai ficando cá assim por alturas agora da semana santa, e depois quando voltarmos todos contentes logo vemos o que se faz com isto. Sim?

 

 

O que eu mais gosto neste blog
O titulo e pouco mais
Os posts da altura em que a A_john ainda tinha coisas interessantes a dizer
Os posts armados em geek que a A_john insiste em partilhar
E' poder ir para a cama com a A_john
O caracter cientifico e educativo dos textos expostos
Tem um link para o meu blog, e por isso venho ca para nao fazer a desfeita
da A_john.
  
pollcode.com free polls
17
Mar08

Wataaaaaa!

Domesticada

 

Vai para uns 10 anos e meio , mais coisa menos coisa, que não tocava num joguinho de computador. Por joguinho de computador acho que quero dizer consola, e por tocar acho que quero dizer brincar mesmo com a coisa e não ficar a olhar para os outros a jogar. Vou retirar daqui duas excepções, a saber: os poucos momentos da minha vida em que brinquei com o Need For Speed Undergroud 2 no meu PC, porque não tenho carta de condução mas adoro quitar carros, e as alturas em que quando era educadora me armei em crescida fixe e compreensiva e tentei jogar uns jogos das Bratz ou que era, nuns game boys muito avançados.

 

Escusado será dizer que não fazia ideia absolutamente nenhuma que os jogos de consola (acho que há uma altura na vida de toda a gente em que se deve parar de dizer "consola", não é?), que os jogos eram tão maravilhosos. Maravilhosos. Então para quem passou de umas coisas muito mal amanhadas todas aos quadrados e com cantos rudes e com uma música horrível e sem história nenhuma, nada impressiona mais neste mundo que o God of War. O 2, o God of War 2.

 

 

Para já, adoro coisas que metam porrada. Aliás, as associações de paizinhos e professores e tal que advogam o fim da violência nos jogos de computador são uns palermas. Não há nada mais terapêutico que dar um porradão valente num minotauro com poderes lixados e sair vitorioso. Faz muito pela auto-estima duma pessoa. Para além disso nunca me tinha dedicado a usar os comendos de uma playstation e fiquei agradavelmente surpreendida. Passado pouco tempo senti que os botões não eram mais que uma extensão do meu braço e, naturalmente, quem estava a dar porrada nos bichos era mesmo eu. É tudo muito intuitivo. E depois, caramba, aquilo tem uma história incrível. Há uns bichos que guincham que nem loucos quando a gente os mata, o que dá um certo gozo. O Kratos é o maior. E ainda tem tempo de ir para a cama com umas miúdas a meio do jogo. E vê-se mamas.

 

A minha vida, tal como a conhecia, mudou. A sensação do "kicking ass" que se tira é assustadora, dei por mim a gritar profanidades a monstros virtuais e dar um berrinho de satisfação de cada vez que agarrava um tipo e o rasgava ao meio. Te-ra-pia.

 

Por isso um grande abençoado sejas ao Kratos e a quem me esteja a ler e seja meu amigo: eu quero uma playstation e faço anos em Agosto, tá?

Pág. 1/3

"Personally I'm always ready to learn, although I do not always like being taught." Winston Churchill
mariajoaoso (arroba) gmail.com

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2010
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2009
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2008
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2007
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2006
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2005
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D