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Célula Estaminal

Célula Estaminal

15
Abr09

A descriminalização da droga em Portugal, os resultados 5 anos depois e porque é que nós não sabemos disto.

Domesticada

Faz-me sempre muita confusão saber de notícias respeitantes ao nosso país através de notícias do lado de lá do Atlântico.

 

 

A revista Scientific American  (não fosse isto um blog ciêntfico, man!), publica este mês um artigo online intitulado "5 Years After: Portugal's Drug Decriminalization Policy Shows Positive Results " no qual aprendemos os resultados de 5 anos de política de descriminalização do consumo e posse de drogas (até determinada quantia). Os resultados, só para que não haja enganos, são positivos. Muito positivos.

 

De acordo com o estudo realizado por Glenn Greenwald do Cato Institute desde 2001 que a morte por overdose desceu de um número à volta das 400 pessoas por ano para 290, e o número de infectados pelo vírus da SIDA dfecorrente de práticas relacionadas com o consumo de droga desceu drasticamente de 1400 mortos em 2000 para 400 em 2006.

 

De notar também que, ao contrário do que muita gente pensou na altura, Lisboa não se transformou num cidade de consumo desenfreado de droga, nem num centro convidativo ao comércio da mesma. Não mais do que já o era. O que aconteceu foi simplesmente que o foco no acompanhamento, melhores condições de consumo, higiene e controlo de qualidade das substâncias, fizeram não com que a prática passasse a ser banal, mas com que as condições para a pártica fossem melhores.

 

Esta notícia não é asim tão escondida, uma simples busca pelo google news pode revelar que ma boa série de serviços noticiosos estrangeiros e até mesmo blogs, que falam sobre o assunto. O nosso país está neste momento a ser visto como um caso de sucesso, e uma excelente ideia.

 

Agora, tenham paciência, porque é que temos de levar telejornais de hora e meia com notícias cretinas todos os dias, e coisas importantes como esta não sabemos?

08
Abr09

Ten years ago today

Domesticada

Acho que é seguro dizer que todos nós tivemos um professor que consideramos uma grande influência na nossa vida. Às vezes nem sempre pelas melhres razões, mas muitas vezes por uma razão simples e ternurenta que ao olharmos para trás, define um ponto de viragem na nossa vida. Eu tive a sorte de ter tido se calhar mais do que um.

 

Além dos professores em pequenina que eram da minha família (literalmente da minha família) tive uma espectacular professora de ingês/motard que nos punha a traduzir músicas dos Guns & Roses nas aulas, um professor de Latim que me ensinou o que é a tolerância e a bondade, uma professora de matemática que explicava equações com golpes de karaté ,e uma professora que um dia cheguei a chamar a minha segunda mãe.

 

A última foi minha professora de filosofia. Não era nada fácil ensinar filosofia a putos de 16 e 17 anos. E ainda hoje estou para saber como é que esta senhora nos pôs a todos a discutir Nietzsche com uma paixão tão intensa. A verdade é que, olhando para trás, era preciso muito arrojo para entrar numa sala de aula com um leitor de cassetes, pôr a tocar Wagner durante duas horas e dizer: ninguém sai daqui sem me porque é que o Nietzsche gostava desta música. E nós garantidamente chegávamos lá.

 

Há dez anos atrás deste dia, a nossa professora de filosofia entra na sala de aula e diz: Durante esta semana não vos dou aula (facto que genuinamente nos entristecia) até que todos vocês tenham visto o Matrix. Quando todos tiverem visto, falamos.

 

É escusado dizer que esse foi um dos pontos de viragem da minha adolescência, e imagino que de muita gente. E com muito orgulho posso dizer que foi graças à situação da jarra do Oráculo que o Neo parte, que me pus a pensar seriamente e pela primeira vez no que andava cá a fazer e o que raio significa isto tudo.

 

Hoje celebramos o Matrix, o primeiro, claro.

 

06
Abr09

Again, eu lamento muito.

Domesticada

Gosto de ter este blog internacional onde aparecem pessoas de toda a parte do globo querendo encontrar respostas às suas angústias. Sinto-me contente por conseguir responder a perguntas como "o que é uma estaminal" e "para que serve a internet". Mas aflige-me muito não conseguir satisfazer o leitor mais inquisitivo e persistente. Como é o caso do ocasional "madalena brandão nua" e "são josé correia sexo". São perguntas estimulantes. E eu falho consecutivamente. Mas a de hoje é que até agora mais me estimula: "nelo silva e cristiana o que é que você quer".

 

Eu queria muito poder responder à pergunta "nelo silva e cristiana o que é que você quer", mas não consigo. A culpa nem é da sintaxe, poderia ser. O Nelo Silva e a Cristiana  são duas pessoas distintas, eu sei porque já os vi juntos no mesmo sítio na Covilhã. Por isso é de crer que a resposta à pergunta "nelo silva e cristiana o que é que vocês querem'" seria mais fácil. Mas não é.

 

Reparem, eu não sei o que eles querem. Nem sei mesmo se os próprios sabem o que querem. São pai e filha e cantam sobre amor. O amor entre...hmmmm... amantes. Pai e filha.... amantes. Não sei o que querem, e se calhar nem quero saber.

 

Ocorreu-me que o leitor poderá estar a perguntar-me a mim o que eu quero, no contexto Nelo Silva e Cristiana. Sendo assim escolhia a Cristiana, que é mais novinha, tem mais para oferecer e não é tão chata como o Nelo nas canções. Mas depois penso que a Cristiana, coitada, não é nenhuma "coisa". A pertinente pergunta "o que é que você quer" refere-se a um objecto, situação, sentimento, vá. Por isso se calhar, no contexto Nelo Silva e Cristiana, o que eu quero é forrobodó. Serve, não serve?

 

 

02
Abr09

Kanye West, female body connoisseur

Domesticada

O blog do homem, digo-vos isto com a mais profunda sinceridade, é dos melhores blogs do momento. Fosse ele ou não fosse artista, cantor ou raio que ele é. O blog de Kanye West é o equivalente ao diário de um homem renascentista, não fosse o próprio um real homem do renascimento. É um blog que visito todos os dias religiosamente, tal como o BoingBoing, Neatorama, Gizmodo, ou Coolhunter. Uma das vertentes é uma rubricazinha à-la "e deus criou a mulher" em que nos apresenta um mulheraço por dia. Hoje, meus amigos, hoje Kanye apresenta-nos a Helena Coelho. Sim, a nossa Helena Coelho.

 

Eu ando há anos (anos, caraças!) a dizer que a Helena Coelho é a mulher mais espectacular que temos cá. Não há ninguém no nosso país que conjugue tudo como ela. Os olhos, os lábios, as mamas, o rabo (meuDeus, vejam-me aquilo) o narizinho, o cabelo...

 

02
Abr09

808s and Heartbreak - The bible of the "now" meets the prediction of the future.

Domesticada

 

Não há neste momento em todo o mundo uma pessoa com uma visão como a de Kanye West. Quem não o conhece, ou quem acha que ele é apenas um cantor de Hip-hop, rapper ou algo do género, por favor façam a gentileza, para vosso próprio bem, de ouvir pelo menos uma vez (se conseguirem) o Flashing Lights(Graduation), o Love Lockdown (808s) , Streetlights (808s) ou mesmo o The Good Life (Graduation).

 

Aliás, aliás, eu recomendo a leitura deste post ao som dele, pelo-amor-de-Deus!

 

 

 

Ok, vamos a isto. Primeiro post sobre o Kanye na série de muitos que aí vêm.

 

O 808s foi gravado no decurso de 3 semanas (três!) imediatamente após a morte acidental da mãe de Kanye. A voz foi gravada e remasterizada em Auto-tune e todo o album foi feito numa Roland TR-808 :

Não posso dizer mais nada tecnicamente sobre este album porque não tenho qualidades para isso. Mas posso afirmar com muita segurança que este é o album Pop da década. Vou repetir, que é para ninguém pensar que estou a ser exagerada:

 

O 808s and Heartbreak é o album pop da década. E como tal, o 808s é arte.

 

Começa por um Say you Will, tão sofrido, tão comedido e tão tímido, que tememos a todo o segundo a chegada do heart break. Porque o coração ainda não se partiu em Say you Will, o coração está simplesmente a sangrar, pingo por pingo, docemente a tentar que reparem nele. Mas é logo a seguir, em Welcome to Heartbreak que o caldo entorna. Kanye dá início ao circo da dor e impacto que é o album, apresentando-nos à personagem principal: o pobre menino rico (ele) que se mete com as miúdas erradas, gasta dinheiro estupidamente e conseguiu tudo o que queria na vida. Quem não conheça a arte de Kanye facilmente se indignaria. Mas uns minutos de atenção é suficiente para se entender o seu universo. Heartless vem a caminho, com rancor, mostrar-nos com balanço que uma mulher é um demónio, mesmo quando é uma deusa, e a apoteose muda chega com Amazing, onde nos encontramos dentro da cabeça de Kanye em palco, a ouvir a musica ao longe e a assimilar a nossa propria influencia no público. E aqui muda o disco, entra Love Lockdown, uma musica tribal africana minimalista. Não consigo dizer mais, oiçam-na e julguem o homem. (ele finge que não, mas adora ser julgado).

 

Quando o riso de Paranoid entra pelos nossos ouvidos, não há ninguém que consiga ficar sentado. Kanye obriga-nos a celebrar com ele a existência de pessoas loucas, que continua em Robocop, música que estou 100% convencida ser sobre a Lohan.

 

Streetlights dá vontade de chorar de tamanha beleza que é, e muito sinceramente, restaurou a minha fé na música actual. De tal maneira que, para mim, Bad News, See you in My Nightmares e Coldest Winter são extensões naturais da mesma música, e um final épico para uma obra de arte deste tamanho.

 

 

Não me levem a mal a descrição exaustiva, mas estou em crer que Kanye é aquilo que vai fazer a ligação entre o presente (o estado de merda em que a música pop está), e o futuro genial que nos espera. A verdadeira tragédia do nosso tempo é a morte da originalidade. E , enquanto fazia o seu luto, Kanye encontrou-a.

 

 

 

 

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"Personally I'm always ready to learn, although I do not always like being taught." Winston Churchill
mariajoaoso (arroba) gmail.com

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