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Continuo a achar que quem perdeu as eleições foi o colar de pérolas da Manuela Ferreira Leite.
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Continuo a achar que quem perdeu as eleições foi o colar de pérolas da Manuela Ferreira Leite.
Deixar de comer em época de eleições dá cabo de mim. Todos os debates televisivos, cartazes de campanha, e polémicas políticas me apelam aos hidratos de carbono. Uma carga de nervos. Por isso vou-me contentando a roer cenouras cruas com raiva, massacrando o legume e culpando-o de tudo em cada dentada.
Fora este estado de nervos constante, está tudo bem. Não se macem comigo. Deixem-se estar aqui no blog, sossegadinhos, e façam os possíveis para me perdoar a falta de assunto dos últimos 3 meses. Hoje, pesando a poríbição do meu médico de continuar a beber os 5 cocktails diários, servimos vinho verde. Um copinho por dia diz que não faz mal.
P.S. Senhores do Sapo, não pensem que eu não percebi que este destaque é uma intervenção hostil e vergonhosa para me obrigar a voltar a escrever no blog. É um esforço louvavel e tentarei de tudo para não desapontar, mas a minha palavra vale o que vale. Gosto muito de vocês todos, obrigada.
O Patrick Swayze, Deus o tenha, poderá até ter sido o herói dos filmes da nossa geração, filmes que nos movem e que nos trazem recordações e que marcam uma passagem, e tudo isso.
Mas o Dança Comigo é uma mancha de pirosice na minha vidinha de pessoa pequena que também dançou ao som da Tieta. E o Ruptura Explosiva, o que se diz sobre o Ruptura Explosiva, pá? Ponham por favor a mão na consciência e digam-me se não é verdade?
Vá lá, rebenta a bolha. O homem não era nada bonito coisa nenhuma. Lá em casa era conhecido pelo "Marco Paulo dos estrangeiros" e integrava a categoria de pessoas com cara de cozido-à-portuguesa, da qual faziam parte também o David Hasselhof, o dito do Marco Paulo, a Barbra Streisand e a Isabel Angelino antes do fenómeno Benjamin-buttoneano pelo qual passou.
Há mais categorias, um dia falo delas. A pior é a das pessoas que cheiram a ovo cozido.
Temo nunca ter chegado a ser intelectual o suficiente para alimentar condignamente este blog, de forma a poder ser lido por quem vale a pena que o leia. Temo também não ter ideia nenhuma sobre quem valeria a pena que lesse o dito blog. O que temo mais ainda é não ter conseguido ser uma "Carrie Bradshaw" alfacinha, que gosta de bicicletas e sapatos de salto alto, e artesanato em patchwork, e músicas dos Smiths. Tivesse-me dado para isso, este blog praticamente se alimentaria a si próprio, coisa que suspeito há anos que outros façam.
A vertente cómica da escrita que por aqui passou pecou apenas por muitas das vezes não ser intencional. E por, das vezes que o era, não ter tido gracinha nenhuma. Mas sei (e sofro) no meu âmago, que houve tempos em que me achava piada, o que é meio caminho para que outros me achem também. E hoje, nas internetz, a comédia está toda feita. Só nos resta a nós ir buscá-la e ser congratulados mais pelo nosso sentido de "olfacto" apurado para descobrir comédia, do que propriamente por criá-la.
Entretanto uma pessoa apaixona-se. E as fantasias badalhocas, ideologias cretinas, piadas de ocasião e desabafos desapropriados que subtilmente (às vezes nem tanto) iam escapando pelas entrelinhas do blog, deixam de ser partilhadas aqui, para irem morar a um sítio real, onde naturalmente se sentem melhor. Fica a restar assim um campo ínfimo de assuntos que apetece escrever, pautado sempre por um esforço tremendo em não falar de nós próprios (que-ninguém-está-para-aturar-as-tuas-merdas-todos-os-dias-e-ainda-por-cima-por-escrito), não escrever palavrões, não pôr demasiadas fotos da Lohan que até já parece mal, etc.
Como todos os anos chegamos aqui outra vez. À nova vida do Célula Estaminal. Espero que ainda aí esteja alguém que me oiça, isto não está tão mal como parece. Pelo contrário.
Nunca na vida estive tão feliz, e isto é muito duro e díficil de lidar.
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