Miami Bitch
Uma coisinha que me conforta é finalmente viajar para uma zona onde as gajas têm todas um rabo maior que o meu. E a roupa que está à venda corresponde ao mercado, de maneira que acabei por finalmente comprar as calças de ganga que sempre quis e deus nunca costurou.
É a minha segunda vez em Miami, sendo que da primeira me lembro de coisinhas muito idiotas e de miuda, o cheiro a fritos, um taxista russo, um aligator num lago ao lado da Nasa ou um Long Island Iced tea que achei que era assim i iced tea normal e acabei por ficar torta.
As pessoas aqui partem inicialmente do pressuposto de que sou latina (o tamanho do tal rabo, talvez me denuncie) e não há uma única que me fale primeiro em inglês. E o espanhol aqui é um espanhol "pablito" , como diz a malta local. As minhas boas intenções em castelhano caem por terra e é mil vezes preferivel falar em ingles.
Além de latina devo ter tambem ar de criminosa. Em Customs, mais uma vez, fiquei uma bela horinha e meia a ser interrogada por um tipo com cara de mau, que às tantas me dizia que o meu comportamento (risos e tal, o que se há-de fazer) era um compotamento típico de quem transportava Narcotics. Conseguiu assustar-me ao ponto de já estar a aimaginá-lo de luva de latex a enfiar o dedinho pelo meu olho do cu acima a ver se encontrava daqueles pacotinhos que as meninas com ar latino que viajam sozinhas como eu, levam para dentro do país. Manquei o papel de assustada e disse para ele me revistar a mala, se o punha mais sossegadinho. Mandou-me embora a chamar-me sweetie e doll-face. São uns palermas.
Ontem foi dia de compras pindéricas num mall, que tem tudo de tudo de tudo. E fim de tarde em South Beach, a beber um Mojito gigante na Ocean drive, que se pode ver aí em cima.
Nem imaginam o que mereço estas férias, deixem-se de invejozices, vá.