Não ponho mais os pés em Alvalade.
Os meus 7 votos (sete!) não me valeram de absolutamente nada. As minhas tentativas de, um a um, tentar esclarecer todo o bom sócio da grande borrada que estava disposto a aceitar e ainda agradecer o que lhe impingiam, foram infrutíferas. Nem mesmo quando, já a horas adiantadas e de cabeça louca e doente, me pus a gritar "ladrões" e "aldrabões" aos senhores que os tais bons sócios se dispuseram a eleger, nem mesmo aí me serviu para alguma coisa.
O resto do património do Sporting Clube de Portugal (tem de se escrever tudo muito certinho, não vão as pessoas confundir a palavra Sporting com o que é hoje a SAD) deixou ontem de estar nas mãos dos sócios para passar para as mãos dos accionistas. A Academia de Alcochete, bandeira usada por estes senhores para justificar muita merda que se tem feito, será vendida a preço de custo à SAD, que fará dela o que bem entender a partir saí.
Tenho reminiscências de conversas de um passado recente que me assolam o espírito. Re-mi-nis-cên-ci-as, pessoal!
-Mas ficamos sem modalidades?
-Sim, mas temos sempre a Academia, o diamante em bruto do Sporting que nos dá muito prestígo.
-Mas agora vendemos os terrenos, é? É preciso?
-É sim senhor, que estamos muito mal. Mas temos sempre a Academia, o diamante em bruto do Sporting que nos dá muito prestígo.
-Agora este dinheirinho todo do património é para pagar tudo aos senhores dos bancos, não é?
-Pois, não sei. mas olha este jogador fantástico que temos aqui para ti, e já agora olha que giro que é este cartão de sócio novo com o símbolozinho do BES no canto. E além disto tudo temos sempre a Academia, o diamante em bruto do Sporting que nos dá muito prestígo.
Os senhores que lá estão continuam a dever-se todos esquisofrenicamente uns aos outros, e aos bancos então devemos todos! Mas agora, ossana! Temos sempre o dinheirinho da Academia.
Dinheirinho fixe para comprar jogadores de qualidade como nos últimos tempos têm sido, dinheirinho fixe para injectar na SAD, dinheirinho muuuuito fixe quando o cêntimetro quadrado em Alcochete custar mais que as chuteiras do Purovic, por exemplo.
Não ponho lá mais os pés, estou-me perfeitamente nas tintas de quem joga com quem, nem quero inadvertidamente decorar um nome de um jogador do meu clube. Os queridos credores/devedores/esquisofrénicos/accionistas/sócios que mandam naquela empresa (sim, empresa) que peguem no dinheirinho fixe deles e paguem a pessoas para ir bater palmas ao estádio. Comigo já não contam.