O blog do homem, digo-vos isto com a mais profunda sinceridade, é dos melhores blogs do momento. Fosse ele ou não fosse artista, cantor ou raio que ele é. O blog de Kanye West é o equivalente ao diário de um homem renascentista, não fosse o próprio um real homem do renascimento. É um blog que visito todos os dias religiosamente, tal como o BoingBoing, Neatorama, Gizmodo, ou Coolhunter. Uma das vertentes é uma rubricazinha à-la "e deus criou a mulher" em que nos apresenta um mulheraço por dia. Hoje, meus amigos, hoje Kanye apresenta-nos a Helena Coelho. Sim, a nossa Helena Coelho.
Eu ando há anos (anos, caraças!) a dizer que a Helena Coelho é a mulher mais espectacular que temos cá. Não há ninguém no nosso país que conjugue tudo como ela. Os olhos, os lábios, as mamas, o rabo (meuDeus, vejam-me aquilo) o narizinho, o cabelo...
Não há neste momento em todo o mundo uma pessoa com uma visão como a de Kanye West. Quem não o conhece, ou quem acha que ele é apenas um cantor de Hip-hop, rapper ou algo do género, por favor façam a gentileza, para vosso próprio bem, de ouvir pelo menos uma vez (se conseguirem) o FlashingLights(Graduation), o Love Lockdown (808s) , Streetlights (808s) ou mesmo o The Good Life (Graduation).
Aliás, aliás, eu recomendo a leitura deste post ao som dele, pelo-amor-de-Deus!
Ok, vamos a isto. Primeiro post sobre o Kanye na série de muitos que aí vêm.
O 808s foi gravado no decurso de 3 semanas (três!) imediatamente após a morte acidental da mãe de Kanye. A voz foi gravada e remasterizada em Auto-tune e todo o album foi feito numa Roland TR-808 :
Não posso dizer mais nada tecnicamente sobre este album porque não tenho qualidades para isso. Mas posso afirmar com muita segurança que este é o album Pop da década. Vou repetir, que é para ninguém pensar que estou a ser exagerada:
O 808s and Heartbreak é o album pop da década. E como tal, o 808s é arte.
Começa por um Say you Will, tão sofrido, tão comedido e tão tímido, que tememos a todo o segundo a chegada do heart break. Porque o coração ainda não se partiu em Say you Will, o coração está simplesmente a sangrar, pingo por pingo, docemente a tentar que reparem nele. Mas é logo a seguir, em Welcome to Heartbreak que o caldo entorna. Kanye dá início ao circo da dor e impacto que é o album, apresentando-nos à personagem principal: o pobre menino rico (ele) que se mete com as miúdas erradas, gasta dinheiro estupidamente e conseguiu tudo o que queria na vida. Quem não conheça a arte de Kanye facilmente se indignaria. Mas uns minutos de atenção é suficiente para se entender o seu universo. Heartless vem a caminho, com rancor, mostrar-nos com balanço que uma mulher é um demónio, mesmo quando é uma deusa, e a apoteose muda chega com Amazing, onde nos encontramos dentro da cabeça de Kanye em palco, a ouvir a musica ao longe e a assimilar a nossa propria influencia no público. E aqui muda o disco, entra Love Lockdown, uma musica tribal africana minimalista. Não consigo dizer mais, oiçam-na e julguem o homem. (ele finge que não, mas adora ser julgado).
Quando o riso de Paranoid entra pelos nossos ouvidos, não há ninguém que consiga ficar sentado. Kanye obriga-nos a celebrar com ele a existência de pessoas loucas, que continua em Robocop, música que estou 100% convencida ser sobre a Lohan.
Streetlights dá vontade de chorar de tamanha beleza que é, e muito sinceramente, restaurou a minha fé na música actual. De tal maneira que, para mim, Bad News, See you in My Nightmares e Coldest Winter são extensões naturais da mesma música, e um final épico para uma obra de arte deste tamanho.
Não me levem a mal a descrição exaustiva, mas estou em crer que Kanye é aquilo que vai fazer a ligação entre o presente (o estado de merda em que a música pop está), e o futuro genial que nos espera. A verdadeira tragédia do nosso tempo é a morte da originalidade. E , enquanto fazia o seu luto, Kanye encontrou-a.
Nunca é demais frisar que acho que estamos presente um dos melhores telediscos (estou contigo, será "telediscos" até à morte) da história dos telediscos da história da música da história do mundo. A música ajuda, muito.
"Personally I'm always ready to learn, although I do not always like being taught." Winston Churchill
mariajoaoso (arroba) gmail.com
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